Off-Sina Terapêutica

O QUE VEM A SER A "OFF"-SINA TERAPÊUTICA?

Foi criada por mim,  no ano de 2000, a partir da demanda da clínica. Como homeopata e sensível às questões emocionais apresentadas pelas crianças em cada sintoma, fui sentindo a necessidade de oferecer-lhes um trabalho que ampliasse minhas possibilidades terapêuticas.
Aprendi profundamente que criança tem um jeito próprio de expressar seus sentimentos e de resolver seus problemas. Sempre passa pelo brincar e pela troca com o outro, principalmente um outro que também seja criança ou que consiga penetrar em seu mundo. É preciso realmente entrar em seu universo brincante, lúdico e aparentemente fantasioso para intervir em suas realidades e ajudá-los a lidar com o real.

Outra razão que me fez criar a "off-sina" foi o incômodo que cada vez mais sentia com aquelas crianças que precisavam de vários profissionais para seus cuidados, como terapeuta ocupacional, pedagoga, psicólogo, etc. Sendo assim, resolvi reunir todos numa mesma equipe, para que trocássemos os saberes sem fragmentar a criança,seguindo uma orientação ética que contemplasse o sujeito e não, o objeto.

COMO FUNCIONA A OFF-SINA HOJE?

Hoje, trabalhamos em dupla de profissionais, com áreas profissionais diferentes. Isso favorece um olhar ampliado , diminui a hierarquia do adulto sobre a criança e distribui a transferência, apesar de manter a confiança da criança nos profissionais, que são sempre os mesmos.
Trabalhamos com as crianças em pequenos grupos, de no máximo quatro, em idades aproximadas. As vezes, dependendo da situação, podemos atendê-las  individualmente, mantendo o mesmo ambiente de off-sina e sem perder a natureza do trabalho, que é sempre lúdico.
Encontramos com as crianças semanalmente. Temos encontros com os pais, reuniões de equipe também semanalmente, grupo de estudos e supervisão de psicanalistas e com a mentora da leitura corporal.
Embora trabalhamos com grupos, trabalhamos com O UM. O UM NO MÚLTIPLO. Trabalhamos pelo caso individual usando o recurso do grupo. Uma criança favorece o trabalho terapêutico da outra.


ABANDONO

Estava em off-sina e disse às crianças:_ "Vamos brincar de teatro? 
 Uma menina de 7 anos me respondeu:_"Ah, não. Vamos brincar de vida real. Finge que você é nossa mãe e nos abandona."
Passei vários encontros brincando deste assunto. Eu sabia o tanto que brincar disso era importante para aquela menina.

MEDOS

Uma criança foi encaminhada para a off-sina porque estava tendo muitos medos e não desgrudava da mãe, não ia à casa dos coleguinhas. Nas brincadeiras, soltou uma agressividade enorme. Pedia-me para ser a bruxa e lutava bravamente comigo. Enfrentava seus medos desse modo. Realmente melhorou muito dos medos e da socialização.

RITALINA

Uma pequena recebeu diagnóstico de uma neurologista de déficit de atenção e prescreveu para ela a ritalina, remédio usado para este fim. Esta pequena estava em off-sina conosco e disse `a sua off-sineira, que tomava um remédio para chamar a atenção.
Esta fala foi muito bem colocada, porque tudo que esta criança parcia precisar era de uma atenção especial, pois os pais trabalhavam demais e não vinham oferecendo uma atenção adequada ou necessária para seu desenvolvimento.

DOENÇAS E OFF-SINA

UM DOS MEUS GRANDES OBJETIVOS COM A OFF-SINA É TIRAR A CRIANÇA DE UM PADRÃO DE ADOECIMENTO.

Atendi um garoto com um diagnóstico delicado de Púrpura-   doença grave que traz a queda de plaquetas, células do sangue responsáveis pela coagulação, de forma que o risco da doença é sangramento, inclusive cerebral. Neste caso, essa criança , com apenas um ano de vida , vinha com plaquetas muitíssimo baixas ( chegou a 4000, sendo que o valor mínimo é de 150000) e  cheio de hematomas pelo corpo. Estava em uso de corticosteróides, com bastante efeito colateral, fácies de lua cheia, mais pêlos pelo corpo, imunidade baixa e , apesar disso, sem resposta clínica. Suas plaquetas continuavam baixíssimas.
Iniciei minha terapêutica com o Fao- fatores de auto-organização ( medicação homeopática), e ele teve melhoras significativas em pouco tempo, sendo sua virada para cura, quando sua mãe também tomou o Fao.
 Pela leitura corporal, as plaquetas trabalham para que possamos exercer nosso direito de livre arbítrio, independente da idade que temos. As crianças, até 7 anos de idade, trabalham com sintomas físicos  tanto por si, quanto por seus pais. Isto significa que, para aquela criança, a expressão do livre arbítrio para ele e para os familiares, era tão significativa, e ainda não estava assegurada, que necessitou de uma púrpura. 
Sabendo disso, e conhecendo a criança e a família, confirmei que esta hipótese fazia muito sentido. Assim que ela cresceu um pouco, iniciamos um trabalho em off-sina a fim de lidarmos com esta necessidade através das brincadeiras. Com isto, permanece curado até hoje, sem nenhuma recidiva.



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